Alimentos mais saudáveis ganham espaço e abrem portas para mercado
24/03/2017
Os alimentos orgânicos e saudáveis estão ganhando espaço e abrindo portas para um mercado de potencial bilionário.
Nos EUA, por exemplo, o mercado de alimentos orgânicos somou um total de vendas de US$ 43,3 bilhões em 2015, segundo dados de uma pesquisa realizada pelo Nutrition Business Journal. Ainda que os produtos orgânicos representem uma pequena parcela sobre o total de alimentos vendidos nos EUA (aproximadamente 5%), os números mostrados pela pesquisa, que vêm batendo recordes anualmente, indicam uma oportunidade de crescimento do setor.
A pesquisadora em Bioquímica de Alimentos e Alimentos Funcionais Renata Ramos, coordenadora do itt Nutrifor, instituto ligado à Unisinos e que tem como objetivo auxiliar as empresas a desenvolverem produtos saudáveis, fala sobre o que poderíamos considerar uma alimentação saudável. Para ela, não podemos ver alimentos como vilões. “O alimento em si não é um vilão, podemos comer de tudo, desde que respeitando a fisiologia e as recomendações médicas e de nutricionistas. Não podemos demonizar o alimento”, afirma.
Para a profissional, os alimentos que devem ser evitados são aqueles com muitos aditivos e que, portanto, possam causar consequências desconhecidas à saúde. Segundo ela, isso não quer dizer que devemos evitar completamente os produtos industrializados, mas sim, buscar produtos que apresentem aditivos naturais em sua composição.
A tendência clean label
Todos os componentes de um alimento devem estar discriminados no rótulo de maneira simples, com o objetivo de aumentar a transparência do que está sendo distribuído.
No mercado nacional, esses produtos ainda são minoria, mas começam a conquistar espaço.
Para Renata Ramos, que atua há dois anos no itt Nutrifor, algumas empresas ainda não entraram nesse mercado devido aos valores dos ingredientes, que costumam ser mais caros, mas ainda assim, o interesse existe. “Muitas empresas veem essa tendência com bons olhos”, diz.
Tendência farm to table e o avanço europeu
O processo está mais avançado no exterior, principalmente na Europa, onde a tendência conhecida como “farm to table”, na qual o consumidor prioriza a compra de alimentos produzidos perto de casa, tem ganhado cada vez mais força.
O Brasil e a alimentação saudável
A coordenadora do itt Nutrifor destaca que, no Brasil, é preciso que se invista em educação para fortalecer o movimento da alimentação saudável. “Se a criança aprender na escola, na educação infantil, no ensino fundamental e no ensino médio, ela vai levar essa informação para casa e influenciar os pais a comprarem alimentos mais saudáveis”, explica.
Renata explica que o hábito alimentar do brasileiro passou por uma transição nas últimas décadas, mas o consumidor ainda precisa se informar mais e entender o que está colocando na mesa. “As escolhas erradas vem do desconhecimento”, aponta.
“Tem um mercado que vai crescer, quem entende e estuda tendências de consumo, sai na frente de outras empresas”, afirma ao indicar que as empresas podem contribuir com esse processo de educação do consumidor brasileiro, através do desenvolvimento do seu próprio mercado.
Fonte CI . ORGÂNICOS