IMPRENSA

 


Bahia inicia produção de abacaxi mais resistente
20/01/2015

Resistente à principal ameaça da cultura do abacaxi, a doença fúngica fusariose, a variedade BRS imperial começa a ser difundida em cidades do interior da Bahia por pesquisadores da Embrapa.

Dez comunidades de agricultores familiares vão receber 60 mil mudas da planta a partir desse mês. A expectativa é que funcionem como multiplicadores entre os produtores locais.

As unidades demonstrativas vão ser instaladas em Ilhéus, Itabuna, Una, Canavieiras e Buerarema. A escolha pela região sul do estado deu-se pelo clima, já que essa variedade de abacaxi se adapta melhor a localidades com chuvas regulares. Mas Cruz das Almas e Sapeaçu, no Recôncavo, também vão ganhar mudas, cujos comportamentos serão monitorados pela equipe da Embrapa Mandioca e Fruticultura.

Esse projeto da empresa pública de pesquisa agropecuária conta com recursos obtidos em setembro do ano passado através de uma emenda parlamentar. O pesquisador Joselito Motta, principal responsável por essa articulação, afirma que está se empenhando para conseguir uma segunda emenda parlamentar para ampliar a divulgação da variedade entre os agricultores baianos.

Uma das metas é levar a Imperial para o oeste baiano, fazendo também dos produtores da região agentes multiplicadores da variedade.

Além da Embrapa, a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) e as secretarias de agricultura desses municípios são parceiras da iniciativa.

Nova técnica

Resultado de pesquisas da unidade Mandioca e Fruticultura, em Cruz das Almas, a BRS imperial foi lançada em 2003, mas não se popularizou entre os produtores devido a dificuldade de produzir mudas na quantidade necessária. Para cada hectare de abacaxi são necessárias 40 mil delas.

Mas a técnica de seccionamento do caule, desenvolvida recentemente pela unidade de Cruz das Almas, pode otimizar esse processo produzindo uma quantidade maior de mudas.

"O talho do abacaxi tem material genético. Vinte centímetros produz dez mudas", diz o produtor Osvaldo  Araujo.

Ele e o sócio Ivanilson Montenegro criaram, há três anos, o primeiro projeto do país de fruticultura orgânica. Fica em Lençóis, a 410 km da capital, e foi implantando através de um convênio com a Embrapa.

Araújo, que também planta o abacaxi pérola, tipo mais consumido nacionalmente, começou com um hectare de cada tipo e planeja estender a área para dez hectares usando a técnica de seccionamento.

O empresário acredita que o abacaxi imperial tem mercado garantido, mas que ainda não é atendido pelos produtores. "É um produto diferenciado. Mandei um lote agora para São Paulo. Não tem para quem quer", afirma Araújo.

Prejuízo

Cerca de 30% da produção de abacaxi é perdida por causa da doença, também conhecida como resinose ou gomose. Causada pelo fungo fusarium guttiforme, torna o fruto impróprio para o consumo e, se não controlada, pode ocasionar perda total da plantação. A fusariose tem nas mudas contaminadas uma das principais vias de contágio.

O custo com pulverizações para controle do fungo custa, em média, R$ 1.620 por hectare, o equivalente a 10,8% do custo de produção. Geralmente, são realizadas seis por ciclo.

"Coração de Maria (município na região de Feira de Santana) era o maior produtor de abacaxi da Bahia. O fungo acabou com a produção", lembra  Joselito Motta.

 

Imperial é doce e mais valorizado

O abacaxi BRS imperial oferece várias vantagens em relação aos outros tipos da fruta, como a de eliminar o uso de fungicidas para controle da fusariose, ter um sabor  doce, mais fibras e um tempo de armazenagem superior  em até uma semana  ao do seu principal concorrente, o abacaxi pérola, que detém 87% de participação no mercado.

“Ele serve tanto para o mercado interno, de mesa, quanto para a exportação”, ressalta o pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, em Cruz das Almas, Joselito Motta.

O produtor de frutas orgânicas Osvaldo Araújo  destaca ainda a ausência de espinhos nas folhas, o que evita acidentes de trabalho durante a colheita.

Mais caro

No entanto, o imperial é menos alongado que os tipos pérola e smooth cayenne (havaiano) e também  pesa menos do que eles, cerca de 1,3 kg.  “Mas o preço do imperial, em relação ao abacaxi pérola, chega a ser 50% a mais”, afirma Araújo.

O pesquisador em melhoramento genético da unidade Mandioca e Fruticultura, Davi Junghans, ressalta que o cultivo da variedade requer mais cuidados. “É interessante para o litoral e irrigação. É uma planta mais exigente em minerais, não é para quem não investe muito“, diz o pesquisador.

Junghans afirma que a variedade tem chances de se tornar popular no país porque os maiores estados produtores de abacaxi, como Pará e Paraíba, plantam a fruta no litoral  ou irrigada.

“O problema é que o Brasil não tem viveiristas”, critica o pesquisador. “A Embrapa está fazendo essa ação, doando para associações de produtores. Do plantio a colheita são dois anos e haverá muita muda para distribuir nessa região”, acrescenta.

A Bahia, hoje, é o sexto maior produtor de abacaxi do Brasil, mas já foi o quarto, caindo duas posições devido à seca. Itaberaba, a 264 km da capital, é responsável por 44% da área plantada, sendo o maior polo produtor.

Fonte: Jornal A TARDE  (Juliana Brito).


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