Produção orgânica mais que dobra em três anos no Brasil
28/04/2017
A área de produção orgânica no país, em 2017, deve passar da marca dos 750 mil hectares registrados no ano passado. Segundo a Coordenação de Agroecologia (Coagre) da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo (SDC), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), esse tipo de cultivo no campo já é encontrado em 22,5% dos municípios brasileiros. E a perspectiva é ainda maior para este ano que se inicia.
Dados da Coagre indicam que houve um salto de 6.700 mil unidades, em 2013, para aproximadamente 15.700, em 2016, ou seja, mais que o dobro de crescimento em três anos. Sudeste é a região com maior área de produção orgânica, totalizando 333 mil hectares, com 2.729 registros de produtores na Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (CNAPO), também vinculada ao Mapa. Na sequência, aparecem as regiões Norte (158 mil hectares), Nordeste (118,4 mil), Centro-Oeste (101,8 mil) e Sul (37,6 mil).
“O incremento das unidades orgânicas no Brasil é muito importante, por ser um indicativo de que, cada vez mais, os produtores rurais estão investindo em uma produção sem o uso de insumos agroquímicos, que é uma opção mais segura para o próprio agricultor, para o consumidor e, especialmente, para o meio ambiente”. Sylvia Wachsner, Coordenadora do Centro de Inteligência em Orgânicos (CI Orgânicos), mantido pela Sociedade Nacional de Agricultura (SNA).
“Ao mesmo tempo, vem se firmando a consciência de que os alimentos orgânicos têm o apelo dos consumidores por serem bons para a saúde, fato que abre novas oportunidades de mercados”, comenta Sylvia.
Para ela, “esse crescimento produtivo vem ocorrendo, sobretudo, devido ao incremento dos agricultores familiares, que veem na agroecologia e na produção orgânica em si uma maneira de atender, dentro dos próprios municípios, a programas que envolvem, por exemplo, a merenda escolar, por meio do PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar)”.
“O atrativo de programas, como o PNAE, o crescimento das feiras livres e a maior comunicação direta entre produtores agroecológicos e os consumidores vão permitir que esse mercado continue a crescer em 2017.”
Fonte: CI Orgânicos
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